segunda-feira, 30 de março de 2009

Alexandre Herculano

Alexandre Herculano nasceu em Lisboa, em 28 de Março de 1810 numa modesta família de origem popular. A sua infância e adolescência não pode ter deixado de ser profundamente marcado pelos dramáticos acontecimentos da sua época: as invasões francesas, o domínio inglês e o influxo das ideias liberais. Até aos 15 anos frequentou o Colégio dos Padres Oratorianos de S. Filipe de Néry, então instalados no Convento das Necessidades em Lisboa, onde recebeu uma formação de índole essencialmente clássica, mas aberta às novas ideias científicas. Impedido de prosseguir estudos universitários ficou disponível para adquirir uma sólida formação literária que passou pelo estudo de inglês, francês, italiano e alemão, línguas que foram decisivas para a sua obra literária. Alistado como soldado no Regimento dos Voluntários da Rainha, como Garrett, é um dos 7 500 "Bravos do Mindelo", assim designados por terem integrado a expedição militar comandada por D. Pedro IV que desembarcou, a fim de cercar e tomar a cidade do Porto. Como soldado, participou em acções de elevado risco e mérito militar. Foi nomeado segundo bibliotecário da Biblioteca do Porto. Aí permanceu até ter sido convidado a dirigir a Revista Panorama, revista de carácter artístico e científico de que era proprietária a Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Úteis, de que foi redactor principal duarante 2 anos. Em 1842 retomou o papel de redactor principal e publicou o Eurico o Presbítero, obra maior do Romance Histórico em Portugal no século XIX. Mas a obra que vai transformar Alexandre Herculano no maior português do século XIX é a sua História de Portugal. Recusou honrarias e condecorações e, a par da sua obra literária e científica, de que nunca se afastou inteiramente, preferiu retirar-se progressivamente para um exílio que tinha tanto de vocação como de desilusão. Numa carta a Almeida Garrett confessára ser seu mais íntimo desejo ver-se entre quatro serras, dispondo de algumas leiras próprias, umas botas grosseiras e um chapéu de Braga. Na verdade, este homem frágil e pequeno, mas dono de uma energia e de um carácter inquebrantáveis era um exemplo de fidelidade a ideais e a valores que contrastavam com o pântano da vida pública portuguesa. Devido à sua débil saúde contraiu uma pneumonia dupla de que viria a falecer, em Vale de Lobos, em 13 de Setembro de 1877.

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