sábado, 20 de setembro de 2008

Biografia: Miguel Torga



Miguel Torga




Adolfo Correia da Rocha, que será conhecido por Miguel Torga, nasce em 12 de Agosto de 1907, em S. Martinho da Anta, concelho de Sabrosa, Trás-os-Montes. Filho de gente do campo, não mais se desliga das origens, da família, do meio rural e da natureza que o circunda. Mesmo quando não referidos, estão sempre presentes o Pai, a Mãe, o professor primário Sr. Botelho, as fragas, as serranias, a magreza da terra, o suor para dela arrancar o pão, os próprios monumentos megalíticos em que a região é pródiga. Entra no Seminário, donde sai pouco depois.
Emigra para o Brasil em 1920. Trabalha na fazenda do tio, é a dureza da "capinagem" do café. O tio apercebe-se das suas qualidades. Paga-lhe ingresso e estudos no liceu de Leopoldina, onde os professores notam as suas capacidades.
Regressa a Portugal em 1925. Entra da Faculdade de Medicina de Coimbra. Participa moderadamente na boémia coimbrã. Ainda estudante publica os seus primeiros livros. Com ajuda financeira do tio brasileiro conclui a formatura em 1933.
A família é um dos pontos fulcrais da sua vida. O pai, com quem a comunicação se faz quase sem necessidade de palavras, é um dos fortes esteios da sua ternura, amor e respeito. Cortei o cabelo ao meu pai e fiz-lhe a barba. (...) Foi sempre bonito, o velhote... Recorda os braços do pai pegando pela primeira vez na neta, recém nascida. O mesmo amor em poemas dedicados à mãe. Por sua mulher e filha um afecto profundo, também.
Viajante incansável por todo o país e estrangeiro. Visita a China e a Índia já próximo dos oitenta anos. Pareço um doido a correr esta pátria e nem chego a saber por quê tanta peregrinação. Os monumentos entusiasmam-no. Os Jerónimos, a Batalha e Alcobaça têm sentido na Alma da nação. Mafra é uma estupidez que justifica uma punição aos reis douro que fizeram construir o convento. Os monumentos paleolíticos fascinam-no. Sou uma encruzilhada de duas naturezas. De variadíssimas, dirá quem bem o conhece...
Morre em 17 de Janeiro de 1995. Enterrado em S. Martinho da Anta, junto dos pais e irmã.


Algumas obras: Pão Ázimo, 1931; A Terceira Voz, 1934; Bichos, 1940; O Senhor Ventura, 1943; Um Reino Maravilhoso, 1941;Trás-os-Montes, 1941; Vindima, 1945; Traço de União, 1955; Fogo Preso, 1976; Mar, 1941; O Paraíso, 1949; Sinfonia, 1947; Antologia Poética, 1981.

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